terça-feira, 21 de outubro de 2008

Treinadora de bancada

Vai, filha, corre. Boa, muito bem. Agora finta mais esse. Ai o coirão que atirou a rapariga ao chão. Olha que eu vou aí a baixo e dou-te cabo da tromba. Força Catarina. Corre. Passa mais dois. Passa, passa. Ó meu, que merda é essa de fazeres uma rasteira à moça. Queres levar? Levanta-te rapariga. Isso do joelho não é nada. Boa, filha. Boa cotovelada essa que destes ao gigantone. Não corras tanto. Tem calma. Mas que grande jabardolas que te está a agarrar. Ó mister, ó treinador, ó senhor, aquele calmeirão está a atropelar a minha filha....
Força. Boa. Faz-lhe uma rasteira. Vá lá, estica a perna e faz-lhe uma rasteira. É assim mesmo, minha rica filha. Defende-te. Corre. Chuta. Força. Não te aleijes. Cuidado com o cabeçudo da esquerda. Ó mister, onde é que está o árbito? Estão a magoar a criança. Então, ninguém vê?
Mas que merda é esta. Isto é futebol ou é restelingue? Rais parta isto. Ó matulão, lá por ser gajo não te metas com a miúda. Olha que a rapariga tem mãe e eu vou aí e escacho-te.

(a equipa da minha criança menor perdeu o jogo e eu fui convidada a não ir assistir a mais nenhum desafio)

1 comentário:

Anónimo disse...

estou a rir-me... acho que não preciso de dizer mais nada...