sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Feminista sim, e depois?

É claro que a discussão merece todo o tempo que gastamos com ela. Basicamente, desde a macaca Chita que se discute quem é mais importante, se a macaca se o Tarzan...
Mas, descansem essas cabecinhas mais airosas, que eu não acho que alguém só porque tem vagina é melhor ou mais esperta ou mais responsável que outro alguém que tem pénis.
E vem isto a propósito de um post que publiquei há dias e onde referia que gostava do saloíismo da Sarah Palin. Só isto mais nada. Mas tive logo que gramar com os mais diversos tipos de comentários e emails de gajos preocupados com o tamanho da pila.
Sim, eu sei que o tamanho do cérebro da madame Palin é semelhante ao das pilas de alguns gajos que acharam que eu gostava do saloísmo da gaja, unicamente porque era gaja.
Engaram-se. Eu acho mesmo que a Sarah é parola. Burra no verdadeiro sentido da palavra. Morcona. Fundamentalista e, basicamente, doida varrida.
Mas vejo algum encanto numa gaja que, vinda de trás do sol posto, que não sabe quem é o presidente francês, que é contra todo o tipo de contraceptivos e tem uma filha de 17 anos grávida, que mandou despedir o ex-marido da irmã e coisas do género. Vejo nesta mulher uma espécie de Linda de Susa que, com a sua valise de carton, meteu pés ao caminho e foi ver o mundo e fazer pela vida. E até já se fala que a senhora poderá ser candidata a presidenta (e não a vice) em 2012.
Jamais votaria nela mas acredito que os americanos vão votar. Na verdade, até acho que o Obama vai perder as eleições, mas isso é outra história.
E da Sarah Palin para o mundo do gajedo, tenho que dizer--sim, é verdade--acredito que somos mais do que parceiras dos homens.
Sem teorias mas com a realidade, nós somos, em número mais que os homens. A partir deste facto, nada mais importa. Se somos mais, estudamos mais, trabalhamos mais, consumimos mais...
Somos mais. Não sei se somos melhores. Nem sei se, algum dia, este mundo que usa palavras masculinas, nos deixará ser cidadãs em pleno.
Mas tal como a senhora Palin, que não tem dois dedos de testa e é saloía, pode ser que as mulheres mais espertas começem a sair das cozinhas e do estendal da roupa.
Amén

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Compras

Uma gaja (não interessa quem) vai ás compras.
Compra, entre outras coisas verdadeiramente inuteis, carne e ração para a cadela.
Chega a casa, arruma os sacos, mete a ração no frigorifico e dá a carne crua à cadela.
Agora, essa gaja (que não interessa quem é) pensa, entre um e outro golo de café, se deve rir ou chorar...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Declaração de Voto

Para que conste:

Eu gosto do saloiísmo da Sarah Palin

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Treinadora de bancada

Vai, filha, corre. Boa, muito bem. Agora finta mais esse. Ai o coirão que atirou a rapariga ao chão. Olha que eu vou aí a baixo e dou-te cabo da tromba. Força Catarina. Corre. Passa mais dois. Passa, passa. Ó meu, que merda é essa de fazeres uma rasteira à moça. Queres levar? Levanta-te rapariga. Isso do joelho não é nada. Boa, filha. Boa cotovelada essa que destes ao gigantone. Não corras tanto. Tem calma. Mas que grande jabardolas que te está a agarrar. Ó mister, ó treinador, ó senhor, aquele calmeirão está a atropelar a minha filha....
Força. Boa. Faz-lhe uma rasteira. Vá lá, estica a perna e faz-lhe uma rasteira. É assim mesmo, minha rica filha. Defende-te. Corre. Chuta. Força. Não te aleijes. Cuidado com o cabeçudo da esquerda. Ó mister, onde é que está o árbito? Estão a magoar a criança. Então, ninguém vê?
Mas que merda é esta. Isto é futebol ou é restelingue? Rais parta isto. Ó matulão, lá por ser gajo não te metas com a miúda. Olha que a rapariga tem mãe e eu vou aí e escacho-te.

(a equipa da minha criança menor perdeu o jogo e eu fui convidada a não ir assistir a mais nenhum desafio)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Crise

Nestes momentos de crise, de sobe e desce da bolsa, das falências, tenho-me escusado a escrever.
Contudo, a minha licenciatura em Gestão Doméstica, e a minha pós-graduação em Administração de Recursos Humanos em Vias de Desenvolvimento, permite-me tecer algumas considerações.

Assim, aqui ficam coisa que efectivamente me preocupam:

- Sempre que o Bush fala, os mercados financeiros pioram e as bolsas entram em queda. Portantos, urge calar o homem nem que seja com uma estagiária na boca.

- O raio da Euribor tarda em descer. E se a malta toda junta, tipo um protesto, deixasse de pagar as prestações das casas?

- Talvez por causa da crise que leva ao stresse que leva à impaciência paterna, a canalha anda o piorio. E se os ignorassemos? Tipo não tomavam banho, comiam apenas o que queriam, acordavam sem relógios...

- Haverá aguma relação entre o actual estado do mundo e as "contas de subtratir com empréstimo", seja lá o que isso for?

- A Alice e o Henrique da novela Feitiço de Amor vão acabar juntos?

- A lesão do Cristiano Ronaldo terá sido para ter mais despesas de saúde para meter no IRS?

- A Sarah Palin é doida?

- Porque é que os bolos feitos com farinha do Lidle não ficam bons?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Dez linhas, no mínimo!

Há por aí uma certa moda, baseada em alguma pedagogia que desconheço, que leva os professores a indicar o número de linhas a utilizar em cada redacção ou composição.
Como encarregada de educação estou mesmo-mesmo em vias de iniciar um abaixo-assinado, uma cadeia de solidariedade ou que lhe quiserem chamar contra este sistema.
Ao colocar um número mínimo ou máximo de linhas para que cada criança escreva, os professores estão impedir o saudável desenvolvimento das crianças.
Dúvidas?
A minha filha maiúscula tinha que fazer uma composição sobre os amigos. Em 8 linhas.
Para encher, escreveu que tinha duas grandes amigas, que viviam uma em Viana do Castelo e outra em Vila Nova de Famalicão (por extenso). Uma era a filha mais velha do padrinho e da madrinha (recusou usar o termo "padrinhos" porque tinha poucas letras) e outra era filha de uma prima e de um primo, "portanto, segundo prima".
Hoje, outra composição sobre um local onde já foram ou gostavam de ir nas férias. Em 10 linhas.
Eu: Já sabes sobre o que vais escrever?
Ela: Sobre os Açores.
Eu: Tu nunca foste lá, podias escrever sobre um local onde já tenhas estado.
Ela: Ó mãe, são dez linhas! Assim posso escrever Região Autónoma dos Açores e por o nome das nove ilhas que lá existem. São muitas letras.

(E eu calei-me)