quinta-feira, 23 de julho de 2009

O galo

O meu vizinho tem um galo. Uma espécie de galo de Barcelos mas ao contrário. O de Barcelos cantou depois de morto. Este só se cala depois de me ver morta.
A minha luta com o galo e com o dono é antiga.
Entre os prazeres de viver no campo, não estava o ter que ouvir todas-as-madrugadas o Pavarotti a cantar. Enerva. Irrita. Chateia. É impossivel acordar bem disposta com o raio do galo a cantar um infindavel cocorócocó.
Já tentei comprar o galo. Ofereci uma fortuna pelo bicho. Sem sucesso. É um animal de estimação que não tem preço, que o vizinho não vende e que, de acordo com o dono, "há-de morrer de morte morrida".
Putaquepariu o galo. Já não sou defensora dos animais. Quero criar um movimento tipo "Morte ao Galo" ou então a Confraria do Galo, defensora de todos os pratos que incluam galo entre os ingredientes.
Esta manhã, por exemplo. Seis horas a bater e o galo a aparecer.
Pior que o sino da igreja. Pior que os gritinhos da Michelle de Brito. Não há quem aguente o bicho.
Em desespero, fui novamente falar com o meu simpático vizinho. Quero comprar o galo. Quero comprar aquele galo. Já vou nos 30 euros e o homem não se decide.
Parti para a luta. Avisei que chamava a GNR, que tenho amigos a trabalhar na TVI e no Correio da Manhã. Falei alto e usei palavras caras só para impressionar o homem.
Sem efeito.
Um dia destes, lá estou eu, em horário nobre, a cuspir para cima do Goucha o meu ódio ao galo.
Ou isso ou um hospital psiquiatrico.

3 comentários:

Sónia Pessoa disse...

E uma pressão de ar?...

Sam disse...

envenena i galo é mais subtil foi morte morrida

Anónimo disse...

ó prima sei bem o que é isso o meu sogro tem um galo que pensa que é um cão. atira - se às pessoas e defende a casa, parece que também vai morrer de morte morrida, pois nimguém mata o dito bicho.